sexta-feira, 26 de março de 2010

feito à mão


Quero amor, quero amor, quero,
quero amor puro.
Me dá o amor que eu misturo,
feito a lua, tão distante,
tão presente,
um amor solar que esquente.

Quero som, quero som,
quero som cristalino.
Quero som feito silêncio de menino,
feito o que é feito à mão,
causa efeito perfeito.

Só o amor sabe o que eu quero,
sabe ler sem que eu escreva.
Só o amor sabe o que eu quero,
sabe ouvir sem que eu fale,
só o amor pode me ver.

[feio.à.mão-doces.cariocas]


quarta-feira, 24 de março de 2010

saudade...


parei hoje pra pensar o que é saudade...

Para Martha Medeiros saudade é a dor que mais doi, pra Vinicius de Moraes não compensa... e pra vc? O que é Saudade?

Eu consigo explicar saudade de vários ângulos um deles é não conseguir sentir/lembrar as coisas. Ou será que isso é alzheimer?

Não consigo mais lembrar do cheiro dela, cheiro que tantas vezes eu conseguia sentir no metrô no horário de pico, agora... agora não mais, quando penso no cheiro dela me vem sensações e nenhuma delas e o cheiro.

Ah, o beijo... esse sim podia estar em qualquer lugar... Hoje é só uma coisa muito boa que não consigo lembrar como era ou do gosto. E o mais incrível não consigo lembrar do cheiro do beijo, isso me deixa triste e as vezes com medo do alzheimer =P

Se não consigo sentir o cheiro, imagine a textura da pele. Pele que eu tanto desejei, eu sei como é a pele dela (quase que quimicamente falando)e hoje... Não mais. Simplesmente meu cérebro ignora essas texturas, cheiros e gostos.

As vezes me pego pensando nisso... Acho que o nosso corpitcho tem um mecanismo muito sagaz... Chega um ponto que ele apaga as coisas, deixa em um cantinho que você não usa todo dia, não apaga como o Dr. Howard Mierzwiak (Brilho Eterno de uma mente sem lembrança), mas apaga... E ainda bem!

Já imaginou a gente andando pela rua e lembrando dos muitos cheiros que marcaram a nossa vida? Ou fechar os olhos e lembrar dos beijos que tiraram o fôlego, ia ter muita mocinha por aí com bala de oxigênio na rua...

Ainda bem que a gente tem a saudade... Assim eu finjo que aceito que não lembro mais...

*ouvindo: Norah.Jones-Come.away.with.me

segunda-feira, 22 de março de 2010

Everything's Not Lost

hoje não tem texto... tem música.
...
When I'm counting up my demons.
Saw there was one for every day.
With the good ones on my shoulder,
I drove the other ones away.

So if you ever feel neglected,
If you think all is lost,
I'll be counting up my demons, yeah,
Hoping everything's not lost.

When you thought that it was over,
You could feel it all around,
And everybody's out to get you,
Don't you let it drag you down.

Cos if you ever feel neglected,
And if you think that all is lost,
I'll be counting up my demons, yeah.
Hoping everything's not lost

If you ever feel neglected,
If you think that all is lost,
I'll be counting up my demons, yeah,
Hoping everything's not lost.

Singing out,
Oh oh oh yeah,
Oh oh yeah,
Oh oh yeah,
Everything's not lost.
Come on yeah,
Oh oh yeah,
Come on yeah,
Everything's not lost,
Oh oh oh yeah,
Oh oh yeah,
Oh oh yeah,
And everything's not lost,
Come on yeah,
Oh oh yeah,
Come on yeah,
Come on yeah,
Oh oh yeah,
Come on yeah,
Everything's not lost
Sing out yeah,
Oh oh yeah,
Come on yeah,
Everything's not lost,
Come on yeah,
Oh oh yeah,
Sing out yeah,
Everything's not lost.

Everything´s.not.lost-Coldplay

domingo, 21 de março de 2010

até onde vai? [Divagando]

até onde vai gostar de alguém? Até onde se pode ir sem perder totalmente a dignidade, hein? (sim... perder totalmente por que sei que uma boa parte a gente não tem mesmo)

Eu pensei que era bem forte, mas vi que não! Vi que as pequenas coisas me doem e vi que tenho uma imaginação muito boa...

Um dia quem sabe...

Aos que não nos enxergam...


Aos que não nos enxergam


Oi, eu estou bem aqui na sua frente, mas você insiste em não me ver. Tudo bem, opção sua, cada um enxerga o que quer. O problema é quando você, sem ter idéia de como sou, resolve dar a sua visão sobre mim. Talvez você não se enxergue também, antes de mais nada – e assim me tire por parecida contigo. Errando completamente. Para começar, eu faço questão de ver as pessoas ao meu redor, e isso faz toda a diferença do mundo. Percebo que todos têm algo de especial, estando aí a graça. Percebo belezas que não são minhas, estando aí o prazer.

Percebo inclusive você, parado bem na minha frente, desviando seu olhar para lá e para cá, nervoso com a minha presença, estando aí o ridículo.

Veja bem, não há o que temer em mim. Não quero nada que seja seu. E não sou nada que você também não seja, pelo menos um pouquinho.

Você não precisa gostar de mim para me enxergar, mas precisa me enxergar para não gostar de mim. Ou gostar, e talvez seja exatamente isso que você tema. Embora isso não faça sentido, já que a vida é bela, justamente, quando estamos diante daquilo que gostamos, certo?

Não vou dizer que não me irrita essa sua cegueira específica com relação a mim, pois faço de tudo para ser entendida. Por todos. Sempre esforço-me ao máximo para que isso ocorra, aliás; então, a sua total ignorância a meu respeito, após todo esse tempo, nós dois tão perto, mexe, sim, levemente, com a minha paciência.

Se for essa a sua intenção, porém, mexer com a minha paciência, aviso que anda perdendo sua energia em besteira, pois um mosquito zumbindo em meu ouvido tem um efeito semelhante. E, se me dou ao trabalho de escrever esta carta para você, é porque sei que você também não será capaz de enxergar o que há nela.

Explicando melhor: preferiria que você me esquecesse, mas até para poder esquecer você vai ter que me enxergar. Enquanto não me olhar de frente, ao menos uma vez, ao menos por um segundo, vai continuar assim, para sempre, fugindo sistematicamente da minha imagem – um escravo de mim, em fuga constante, portanto.

Pode abrir os olhos, vai ver que não sou um bicho-de-sete-cabeças. Sou bem diferente de você, como já disse, mas isso é ótimo. Sou melhor que você em algumas coisas, pior que você em outras – acontece. No que eu for pior, pode virar para outro
lado; no que eu for melhor, cogite me admirar.
“Olhos nos olhos, quero ver o que você faz...”* Sempre quis cantar isso para alguém. “Olhos nos olhos, quero ver o que você diz...”*

Pronto, um sonho realizado. Já estou lucrando com a nossa relação, só falta você. Basta ver o que eu posso lhe mostrar e enxergar o que eu posso ser para você.

* Trechos da música OLHOS NOS OLHOS, de Chico Buarque

Fernanda Young

Fernanda Young é escritora, roteirista e apresentadora de TV

*ouvindo: KT.Tunstall-One.Day

sábado, 20 de março de 2010

Você é...

Você é

Você é os brinquedos que brincou, as gírias que usava, você é os nervos a flor da pele no vestibular, os segredos que guardou, você é sua praia preferida, Garopaba, Maresias, Ipanema, você é o renascido depois do acidente que escapou, aquele amor atordoado que viveu, a conversa séria que teve um dia com seu pai, você é o que você lembra.

Você é a saudade que sente da sua mãe, o sonho desfeito quase no altar, a infância que você recorda, a dor de não ter dado certo, de não ter falado na hora, você é aquilo que foi amputado no passado, a emoção de um trecho de livro, a cena de rua que lhe arrancou lágrimas, você é o que você chora.

Você é o abraço inesperado, a força dada para o amigo que precisa, você é o pelo do braço que eriça, a sensibilidade que grita, o carinho que permuta, você é as palavras ditas para ajudar, os gritos destrancados da garganta, os pedaços que junta, você é o orgasmo, a gargalhada, o beijo, você é o que você desnuda.

Você é a raiva de não ter alcançado, a impotência de não conseguir mudar, você é o desprezo pelo o que os outros mentem, o desapontamento com o governo, o ódio que tudo isso dá, você é aquele que rema, que cansado não desiste, você é a indignação com o lixo jogado do carro, a ardência da revolta, você é o que você queima.

Você é aquilo que reinvidica, o que consegue gerar através da sua verdade e da sua luta, você é os direitos que tem, os deveres que se obriga, você é a estrada por onde corre atrás, serpenteia, atalha, busca, você é o que você pleiteia.

Você não é só o que come e o que veste. Você é o que você requer, recruta, rabisca, traga, goza e lê. Você é o que ninguém vê.

Texto da Martha Medeiros.

*ouvindo: Rita.Ribeiro-Déjà.Vu

sexta-feira, 19 de março de 2010

ponta pé inicial


Blog sem fins lucrativos ou scrip-tivos, simplesmente a vontade de escrever algumas coisas e reunir num lugar só coisas que li por aí...

Welcome...


*ouvindo: Tiê-Assinado.EU