quarta-feira, 2 de novembro de 2011

é, eu sei que eu sempre me afogo em milhares de emoções. Desculpa, mas eu venho de um lugar distante onde é preciso esperar, onde é preciso pensar várias vezes antes de falar algo. E geralmente quando fala tem uma sensação estranha de dor junto. Por isso talvez eu demore tanto pra falar, por que toda vez que eu tento dá aquele nó na garganta que não me deixa respirar, o nariz para de funcionar na hora, os olhos ficam turvos e encharcados e fala é visivelmente afetada. Sempre foi assim, queria só que percebesse que eu mostro as coisas, que eu me cronometro pra não dar nada errado, por que qualquer 15 minutos é motivo pra uma coisa muito grande que doi mais que falar. Muito mais, e agora eu não posso fazer quase nada a não ser "doer" e tentar respirar. E te vejo assim, decepcionada, brava e sem entender... doi outra vez, mas eu não posso fazer muita coisa. É assim, eu até gosto de correr riscos, sabe? No poker, na sinuca, no mario, mas não tenho isso direito comigo. O único que me permito é você e mesmo assim tenho que dominar todas as variantes que possam ou não aparecer no caminho. Desculpa por ser tão grossa, tão machucada e pré-preocupada. Mas minha vida sempre foi assim.

Ellen Oléria - Não Lugar